Sustentabilidade

nov 2016

Passado o ciclo dos grandes eventos que tomou conta do Rio de Janeiro, após sete anos, chegamos ao Brasil, ao Rio de Janeiro real, “onde há tudo e quase nada funciona”.

por Viviane Cunha

Somos herdeiros de conceitos da Revolução Industrial, focados na economia aberta, que considera que a natureza tem a capacidade de substituição infinita dos seus recursos. Com a Revolução Industrial veio também o estímulo de desejos e necessidades de consumo e a ideia da obsolescência programada – o novo como sinônimo de qualidade e o usado como pronto para ser reposto.

Com menos de 1 bilhão de habitantes no mundo em 1850, o engano de se encontrar só na economia – 1 dos 3 pilares da sustentabilidade – não parecia levar a desequilíbrios.

por Nina Braga

Em meio a um período no qual muitos cariocas se perguntam se vale a pena continuar a viver em uma cidade na qual quotidianamente atos de barbárie são perpetrados contra inocentes, opto por acalentar nossos ânimos, recordando exemplos de práticas positivas de cidadania que fizeram – e fazem – diferença.

O Parque do Martelo, no Humaitá, é um marco. Graças à mobilização popular, hoje qualquer cidadão pode desfrutar deste lugar encantador, onde tudo está impecável: horta comunitária, brinquedos, sede do parque, jardins, etc. Foi uma luta extensa. Começou na década de 50/60, quando uma pequena favela foi removida. Depois, a área foi ocupada por uma oficina mecânica e, na sequência, uma grande construtora adquiriu o terreno de 16 mil m² para erguer um conjunto de prédios com 200 apartamentos.

por Elizabeth Cordeiro

De um lado da pista um manguezal, do outro uma bela praia de águas azuis e areias brancas. Foi com paisagens como esta que cheguei a um pequeno bairro na Paraíba e achei a casa da Jô do Osso. Bairro de gente humilde. Chão de terra, uma bicicleta estacionada no poste, uma rua sem saída com casas sem números ou números desordenados. Depois de meses trabalhando com suas peças de osso de boi, me vejo em sua oficina.

por Sergio Besserman Vianna

Estudo recentemente publicado na Science trouxe notícia preocupante: a população mundial pode chegar a 12 bilhões antes de se estabilizar, ao invés dos 10 bilhões anteriormente previstos.

O cerne do desafio do desenvolvimento sustentável não é exatamente o tamanho da população mundial, mas sim seu impacto ambiental. Por exemplo, um norte americano emite em média cerca de 5,5 ton de carbono por ano, enquanto um africano emite cerca de 0,4.

por Mario Moscatelli

Sobrevoando a região metropolitana do Rio de Janeiro uma vez por mês nos últimos 17 anos, tenho o infeliz privilégio de constatar que o Brasil é um país de mentirinha, pelo menos no que diz respeito às questões ambientais, onde tudo é regido por leis, regulamentos mas que na prática de pouco valem dependendo do freguês.

A baía de Guanabara, a maior cloaca da região metropolitana, apresenta praticamente toda sua bacia hidrográfica transformada numa imensa vala de esgoto e lixo, subproduto da ocupação urbana desordenada observada em todos os municípios que a rodeiam, sejam eles pobres ou ricos. A regra é ocupar de qualquer jeito morro acima e baixada abaixo, deixando para o ambiente a conta da ausência de políticas públicas permanentes e eficientes no que diz respeito a habitação, transporte e saneamento.

por Carlos Minc

O teor de civilização de uma sociedade não se mede pelo número de carros ou de celulares. Mas sim pela forma como esta trata seus idosos, seus loucos, seus meninos de rua, seus presos, seu lixo, seu esgoto, suas árvores, suas escolas públicas, suas unidades de saúde. A linha divisória entre a Civilização e a Barbárie é o Saneamento Ambiental e a Ecologia Humana. Enquanto milhares de crianças caminharem em valas e canais contaminados com coliformes, os trabalhadores forem intoxicados nos locais de trabalho e o lixo reaproveitável for misturado com restos de comida alimentando a proliferação de ratos e baratas, poderemos enviar foguetes à Lua que continuaremos nas trevas.

por Luiz Felipe Guanaes Rego

A cidade do Rio de Janeiro, produto direto da história geológica, se mostra diante do Oceano Atlântico com dois conjuntos de montanhas: os Maciços da Pedra Branca e da Tijuca. A cidade se espalha nas planícies que cercam as montanhas centrais recobertas por densa floresta atlântica.

As montanhas conversam com o clima e param as nuvens carregadas do oceano que se transformam em chuvas que irrigam a vida colina abaixo. A floresta absorve a enorme energia vinda das águas e encaminha essas águas de forma suave até o lençol freático que, como uma grande caixa de água, nutre os rios que se distribuem de forma radial por todo o maciço durante o ano. Sem florestas, as águas das chuvas escorrem com força e inundam as planícies, os rios se vão e secam.

por Peter Green

“Por que conservar as terras selvagens?” Esta é uma pergunta que escuto com frequência, atuando como coordenador de conservação da Nova Scotia Nature Trust, uma pequena organização de conservação ambiental localizada na costa leste do Canadá.

Claro que a resposta para esta pergunta depende de quem você pergunta. Para mim, é simples. Nós precisamos conservar as terras selvagens para garantir que os processos biológicos e ecológicos naturais, que são tão críticos para toda a vida na Terra, sejam sustentados. Para conseguir isso, precisamos alocar não só uma abundância de terras selvagens, mas também a diversidade dos ecossistemas. Isso significa criar uma rede ecologicamente representativa de áreas protegidas que se estende e se conecta através do globo, proporcionando um amplo espaço para a vida selvagem prosperar.

por Daniela Diz Pereira Pinto

Inúmeros são os aspectos da sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável que merecem ser abordados devido à importância do tema. Um deles acredito ser relacionado à necessidade de conservação e uso sustentável da biodiversidade marinha.

Estamos evidenciando uma era de mudanças climáticas e acidificação dos oceanos – os quais estão aproximadamente 30% mais acídicos desde a revolução industrial –, assim como a perda de biodiversidade devido à sobrepesca, destruição de habitats, poluição, dentre outras ameaças. Mas ainda temos a oportunidade de mudar esta trajetória de autodestruição.

por Alexandra Lichtenberg

A cultura do consumismo na sociedade ocidental ganhou imenso estimulo após o final da segunda guerra mundial, como estratégia do governo norte-americano para recuperação da economia do país. Entre 1952 e 1956 a dívida de consumo aumentou de $27.4 bilhões para $41.7 bilhões (52%). Metade das famílias no nível de classe média estavam endividadas com pagamentos parcelados.

O relatório “O Estado do Mundo 2010”, do The Worldwatch Institute, mostra que:

Entre 1950 e 2005, consumo mundial cresceu seis vezes ao mesmo tempo em que a população cresceu apenas 2,2 vezes. Quer dizer: o consumo por pessoa cresceu três vezes nos últimos 50 anos.

por Katia Leite Mansur

Na edição passada o economista Sergio Besserman tratou do Tempo Profundo, termo criado por James Hutton no final do século 18, para representar a dimensão do tempo da natureza. Procurei dar sequência ao tema, avaliando a relação desenvolvimento sustentável e recursos geológicos.
Vamos considerar os principais depósitos de ferro do mundo e do Brasil, onde o Quadrilátero Ferrífero e Carajás nos colocam como segundo maior produtor e detentor da segunda posição nas reservas mundiais.

por Sergio Besserman Viana

Seria a natureza, o planeta?

“Estamos estragando o planeta, precisamos assumir nossas responsabilidades e salvar o planeta”. Nesta perspectiva, temos o desenvolvimento econômico e social de um lado, a conservação da natureza do outro e o que temos de perseguir é a harmonização entre esses objetivos contraditórios.