01
jul
Por que ser sustentável?
por Viviane Cunha
Somos herdeiros de conceitos da Revolução Industrial, focados na economia aberta, que considera que a natureza tem a capacidade de substituição infinita dos seus recursos. Com a Revolução Industrial veio também o estímulo de desejos e necessidades de consumo e a ideia da obsolescência programada – o novo como sinônimo de qualidade e o usado como pronto para ser reposto.
Com menos de 1 bilhão de habitantes no mundo em 1850, o engano de se encontrar só na economia – 1 dos 3 pilares da sustentabilidade – não parecia levar a desequilíbrios.
01
jun
Mobilização popular e espaços públicos
por Nina Braga
Em meio a um período no qual muitos cariocas se perguntam se vale a pena continuar a viver em uma cidade na qual quotidianamente atos de barbárie são perpetrados contra inocentes, opto por acalentar nossos ânimos, recordando exemplos de práticas positivas de cidadania que fizeram – e fazem – diferença.
O Parque do Martelo, no Humaitá, é um marco. Graças à mobilização popular, hoje qualquer cidadão pode desfrutar deste lugar encantador, onde tudo está impecável: horta comunitária, brinquedos, sede do parque, jardins, etc. Foi uma luta extensa. Começou na década de 50/60, quando uma pequena favela foi removida. Depois, a área foi ocupada por uma oficina mecânica e, na sequência, uma grande construtora adquiriu o terreno de 16 mil m² para erguer um conjunto de prédios com 200 apartamentos.
01
maio
Artigo de Elizabeth Cordeiro
por Elizabeth Cordeiro
De um lado da pista um manguezal, do outro uma bela praia de águas azuis e areias brancas. Foi com paisagens como esta que cheguei a um pequeno bairro na Paraíba e achei a casa da Jô do Osso. Bairro de gente humilde. Chão de terra, uma bicicleta estacionada no poste, uma rua sem saída com casas sem números ou números desordenados. Depois de meses trabalhando com suas peças de osso de boi, me vejo em sua oficina.
01
mar
Artigo de Sergio Besserman
por Sergio Besserman Vianna
Estudo recentemente publicado na Science trouxe notícia preocupante: a população mundial pode chegar a 12 bilhões antes de se estabilizar, ao invés dos 10 bilhões anteriormente previstos.
O cerne do desafio do desenvolvimento sustentável não é exatamente o tamanho da população mundial, mas sim seu impacto ambiental. Por exemplo, um norte americano emite em média cerca de 5,5 ton de carbono por ano, enquanto um africano emite cerca de 0,4.
01
jan
O Brasil como ele é
por Mario Moscatelli
Sobrevoando a região metropolitana do Rio de Janeiro uma vez por mês nos últimos 17 anos, tenho o infeliz privilégio de constatar que o Brasil é um país de mentirinha, pelo menos no que diz respeito às questões ambientais, onde tudo é regido por leis, regulamentos mas que na prática de pouco valem dependendo do freguês.
A baía de Guanabara, a maior cloaca da região metropolitana, apresenta praticamente toda sua bacia hidrográfica transformada numa imensa vala de esgoto e lixo, subproduto da ocupação urbana desordenada observada em todos os municípios que a rodeiam, sejam eles pobres ou ricos. A regra é ocupar de qualquer jeito morro acima e baixada abaixo, deixando para o ambiente a conta da ausência de políticas públicas permanentes e eficientes no que diz respeito a habitação, transporte e saneamento.