Tag: Rio de Janeiro

01 jun

Mobilização popular e espaços públicos

por Nina Braga

Em meio a um período no qual muitos cariocas se perguntam se vale a pena continuar a viver em uma cidade na qual quotidianamente atos de barbárie são perpetrados contra inocentes, opto por acalentar nossos ânimos, recordando exemplos de práticas positivas de cidadania que fizeram – e fazem – diferença.

O Parque do Martelo, no Humaitá, é um marco. Graças à mobilização popular, hoje qualquer cidadão pode desfrutar deste lugar encantador, onde tudo está impecável: horta comunitária, brinquedos, sede do parque, jardins, etc. Foi uma luta extensa. Começou na década de 50/60, quando uma pequena favela foi removida. Depois, a área foi ocupada por uma oficina mecânica e, na sequência, uma grande construtora adquiriu o terreno de 16 mil m² para erguer um conjunto de prédios com 200 apartamentos.

01 jan

O Brasil como ele é

por Mario Moscatelli

Sobrevoando a região metropolitana do Rio de Janeiro uma vez por mês nos últimos 17 anos, tenho o infeliz privilégio de constatar que o Brasil é um país de mentirinha, pelo menos no que diz respeito às questões ambientais, onde tudo é regido por leis, regulamentos mas que na prática de pouco valem dependendo do freguês.

A baía de Guanabara, a maior cloaca da região metropolitana, apresenta praticamente toda sua bacia hidrográfica transformada numa imensa vala de esgoto e lixo, subproduto da ocupação urbana desordenada observada em todos os municípios que a rodeiam, sejam eles pobres ou ricos. A regra é ocupar de qualquer jeito morro acima e baixada abaixo, deixando para o ambiente a conta da ausência de políticas públicas permanentes e eficientes no que diz respeito a habitação, transporte e saneamento.

01 nov

Nossos rios, nossa vida

por Luiz Felipe Guanaes Rego

A cidade do Rio de Janeiro, produto direto da história geológica, se mostra diante do Oceano Atlântico com dois conjuntos de montanhas: os Maciços da Pedra Branca e da Tijuca. A cidade se espalha nas planícies que cercam as montanhas centrais recobertas por densa floresta atlântica.

As montanhas conversam com o clima e param as nuvens carregadas do oceano que se transformam em chuvas que irrigam a vida colina abaixo. A floresta absorve a enorme energia vinda das águas e encaminha essas águas de forma suave até o lençol freático que, como uma grande caixa de água, nutre os rios que se distribuem de forma radial por todo o maciço durante o ano. Sem florestas, as águas das chuvas escorrem com força e inundam as planícies, os rios se vão e secam.