A história da arborização da cidade, por Flávio Pereira Telles

Um dos fatos significativos iniciais relativos à arborização ocorreu no fim do período colonial, em 1783, com a criação do Jardim do Passeio Público, um dos primeiros construídos no Brasil.

Com a vinda de D. João VI para o Brasil, foi criado o Real Horto em 1808, o atual Jardim Botânico, que tinha como finalidade a aclimatação e cultivo de plantas e sementes trazidas por naturalistas, navegantes e militares. Muitas dessas espécies provenientes do Real Horto passaram então a compor os quintais e jardins por todo o Brasil, como as jaqueiras, mangueiras, tamarindeiras e muitas outras.

Foi a partir do século XIX que se consolidou a presença de árvores na cidade como componente do ambiente urbano e foram implantadas praças, jardins, arborização de ruas e parques, como os famosos Campo de Santana e Quinta da Boa Vista.

A partir do século XX, no Rio de Janeiro, capital da República, é iniciada uma grande transformação urbana com a intenção de transformar a cidade colonial em cidade moderna.

Assim, a arborização pública se consolida na cidade com o plantio de diversas árvores. Alguns exemplares desta época ainda permanecem, como os pau-ferros da Boulevard 28 de Setembro, em Vila Isabel, que foram plantados em 1910.

O crescimento da cidade se intensificou rapidamente nas décadas de 1960 e 1970 quando o solo foi sendo gradativamente impermeabilizado para a implantação da infraesturura urbana e loteamentos.

Durante esse período até a década de 1980, pouco conhecimento se produziu sobre arborização urbana no Brasil.