Conheça as colmeias de abelhas sem ferrão do JBRJ

Publicado em 20/05/2020

O Meliponário do JBRJ – criação de colmeias de abelhas sem ferrão – é fruto de um projeto de conscientização do Laboratório de Fitossanidade em razão da existência de espécies sociais de abelhas nas árvores do Jardim. De acordo com Maria Lucia Teixeira Moscatelli, responsável pelo laboratório, elas são nativas do Brasil e nosso país é campeão em espécies sociais (sem ferrão), que produzem tipos de mel de diferentes sabores e funções medicinais. Há até os que têm gosto salgado, muito diferente do que estamos acostumados a encontrar em supermercados. “O mel da abelha social custa dez vezes mais do que o tradicional, produzido pelas abelhas africanas, com ferrão.” Explica Maria Lucia.
O Jardim cria 21 espécies. Entre elas: Jataí, Mandaçaia, Mirim, Iraí e Guaraipo, todas da região Sudeste e naturalmente presentes no estado do Rio de Janeiro. Algumas chegaram através de doações de pessoas que tinham o ninho e outras de árvores que morreram ou de galhos que caíram e foram salvas pela equipe do laboratório.
Para que as abelhas se desenvolvam bem, o marceneiro do Jardim confeccionou caixas de madeira especiais, projetadas para suportar a umidade,

assim como as diferenças de temperatura entre verão e inverno. Cada caixa tem um padrão para sua respectiva espécie e é composta por três andares: um para o ninho, onde os filhotes ficam, outro onde elas depositam seus potinhos de pólen e mel de forma separada e outro onde as “veteranas” ficam, além de um corredor interno que as leva até a saída e entrada da caixa e para que possam se defender das espécies leptobióticas, que são aquelas que não produzem mel e por isso precisam roubar de outras espécies para se manterem vivas. Assim, quanto maior for o corredor, melhor o ninho poderá se defender não só do roubo do seu alimento, mas também de outros predadores.
Em dias de sol, elas percorrem seus corredores e saem para voar pelo jardim exercendo suas funções na natureza.
Depois, todas voltam para suas respectivas caixas sem a menor possibilidade de entrar na casa errada. Elas sabem muito bem o caminho da volta e apesar de todas as caixas serem aparentemente idênticas, não confundem a entrada. Cada rainha vive em torno de dois anos. Enquanto isso prepara as “princesas” para ocuparem seu lugar.
Quanto às abelhas com ferrão, aquelas que nos causam medo, seus ninhos são controlados pela equipe do laboratório. Toda vez que ele cresce a ponto de oferecer risco aos visitantes do parque, um apicultor é acionado.

Fotos: Alexandre Machado